Quando convidamos Tadao Ando para desenhar um relógio, sabíamos que o resultado dificilmente seria convencional.
Como parte da The Architects of Time Series, o Cauny Ando é um objeto de design — um relógio onde a arquitetura se torna íntima, e onde cada detalhe significa algo. E o que torna este relógio verdadeiramente único é a forma de uma maçã — e a poesia da juventude — que definem a sua essência.
Uma maçã verde, e um poema
No vocabulário visual de Ando, a maçã verde representa a juventude de espírito. A referência vem de Youth, um poema do pensador norte-americano Samuel Ullman, que Ando cita frequentemente como fonte de inspiração pessoal. Para ele, a juventude não se mede pela idade, mas sim pela imaginação, energia e esperança.
O Cauny Ando incorpora esse símbolo de forma literal: a forma da caixa evoca subtilmente a forma de uma maçã. Os ponteiros do relógio são inspirados numa folha de maçã (minutos) e num caule (horas), movendo-se com leveza sobre um mostrador silencioso e vazio.
Duas versões: poesia e matéria
A edição verde do Cauny Ando é a mais fiel a esta origem poética. É luminosa, fresca e carregada de vitalidade — como o próprio conceito que inspira a peça.
Já a edição cinzenta utiliza a mesma forma inspirada na maçã, mas recria-a através da matéria. Com acabamento em aço escovado, esta versão remete para o betão — o material de eleição nas obras mais emblemáticas de Ando. É um relógio que transmite solidez, serenidade e equilíbrio.
Cada versão fala de um lado diferente da mesma ideia:
O tempo, como o espaço, deve ser vivido com profundidade e clareza.
Uma arquitetura pessoal do tempo
A arquitetura de Tadao Ando é conhecida pela sua serenidade, proporção e uso da luz. O Cauny Ando carrega essas mesmas qualidades, mas adapta-as ao pulso.
Sem ruído. Sem distrações. Apenas forma, ritmo e silêncio.
Para quem vê o tempo não apenas como algo a medir, mas como algo que se sente, este relógio é mais do que um objeto.
É uma pequena peça de arquitetura pessoal.