Cauny x Rafael Moneo

A coleção de relógios Cauny Moneo foi desenhada pelo arquiteto espanhol Rafael Moneo, vencedor do Prémio Pritzker em 1996 e uma das figuras mais influentes da arquitetura moderna.

Quando a Cauny convidou Moneo para desenhar um relógio, ele pensou de imediato nos dois relógios que já tinha criado — um para a Câmara Municipal de Logroño e outro para a Estação de Atocha, em Madrid. Em ambos, o tempo não era uma simples sucessão de momentos, mas uma reflexão sobre o ritmo do dia, sobre a luz que muda e sobre as horas que dão sentido à atividade humana.

O Cauny Moneo mantém essa mesma lógica arquitetónica. O mostrador assume a forma de um quadrado perfeito — símbolo de equilíbrio e medida — onde os numerais romanos evocam os relógios de sol e a longa história da medição do tempo. A sua geometria limpa e as linhas sóbrias refletem a essência da arquitetura de Moneo: disciplinada, ponderada e profundamente humana.

Para quem valoriza a ordem e a contenção, o Cauny Moneo é mais do que um relógio — é um estudo de proporção, uma reflexão silenciosa sobre o tempo como arquitetura.

Author's note

Moneo sobre o seu Cauny:

Quando a CAUNY me pediu para desenhar um relógio, não pude deixar de pensar nas duas ocasiões em que desenhei relógios: para a Câmara Municipal de Logroño e para a Estação de Atocha.

Em ambos os casos, o relógio alude ao significado das horas associadas à passagem do dia: o meio-dia como o ápice do dia. As horas relacionam-se com a atividade diária, distinguindo entre a manhã e a tarde. Não como uma sucessão de momentos, algo que acontece tão claramente com o bater dos relógios digitais. E as horas em numeração romana e nos eixos do quadrado, algo que vemos com tanta frequência nos relógios de sol nas paredes.

Rafael Moneo

Brief biography

Rafael Moneo nasceu em Tudela (Navarra) em 1937 e é uma das figuras mais notáveis da arquitetura mundial dos últimos 50 anos. Recebeu o Prémio Pritzker em 1996, em reconhecimento pelo conjunto da sua obra.

Estudou na Escola de Arquitetura de Madrid, onde se licenciou em 1961. Após concluir o curso, trabalhou na Dinamarca com Jørn Utzon, colaborando com ele no projeto da Ópera de Sydney. Em 1970, obteve a Cátedra de Elementos de Composição na Escola de Arquitetura de Barcelona e, em 1985, foi nomeado diretor da Graduate School of Design da Universidade de Harvard.

É autor de edifícios emblemáticos como o Museu Nacional de Arte Romana, em Mérida; o Museu de Arte Moderna, em Estocolmo; o Museu de Belas-Artes, em Houston; o Centro de Congressos e Auditório Kursaal, em San Sebastián; a ampliação do Museu do Prado e a Estação de Atocha, em Madrid; ou ainda a Catedral de Los Angeles.

Paralelamente à sua intensa prática profissional, Moneo desenvolveu uma profunda reflexão teórica e crítica sobre a arquitetura. Várias gerações de arquitetos foram influenciadas pelos seus textos, entre os quais se destaca o célebre ensaio A Solidão dos Edifícios, no qual escreveu: “Prefiro pensar que a arquitetura é o ar que respiramos quando os edifícios atingem a sua solidão radical.”

Além do Prémio Pritzker, recebeu inúmeros outros galardões, incluindo a Medalha de Ouro Real do Royal Institute of British Architects (2003), o Prémio Príncipe das Astúrias (2012), o Praemium Imperiale do Japão (2017) e o Leão de Ouro da Bienal de Veneza (2021).

What others are saying

Meet the Collection